Minha primeira câmera analógica foi uma Olympus Trip 35: ideal para quem quer começar a fotografar em filme!
Ganhei uma Olympus Trip 35 em 2013, da minha sogrinha, e a câmera foi rapidamente batizada de Dercy pelo meu marido. Segundo ele, a escolha foi porque a câmera é velha! Hahaha!
Brincadeiras a parte, fiquei muito feliz em experimentar e aprender com a fotografia analógica. Tanto que, logo depois, adquiri uma pequena coleção de câmeras antigas.
A Olympus Trip 35 é uma câmera bem tranquila de usar. Além disso, é linda! Ela foi fabricada aos milhares no Japão de 1967 a 1984 e era super comum no Brasil. Por isso, hoje é possível encontrá-la para comprar em lojas de antiguidades, feirinhas e em sites de desapego.
Primeiros passos:
A princípio, quando estiver com a Trip em mãos, deverá testar se está tudo funcionando. Ela não precisa de pilhas nem nenhum tipo de bateria, pois possuí um fotômetro movido a energia solar.
Verifique se a lente não tem riscos nem fungos. Verifique, também, se botão de disparo e a alavanca de rebobinar estão em ordem.
Depois, para saber se o modo automático está funcionando, basta tampar a lente e disparar. Caso esteja tudo certo vai aparecer uma lingueta vermelhinha no visor e a câmera não vai disparar, por falta de luz.
Infelizmente, na minha câmera o modo de abertura automático não está funcionando. Demais problemas só dá pra saber após colocar um filme e esperar a revelação.
Para colocar o filme segui esse vídeo que mostra o passo-a-passo direitinho.
Atenção: nunca abra o compartimento do filme antes de rebobinar, ou você vai queimar todas as fotos!
Para fotografar:
Sendo uma típica “point and shoot” (mire e dispare) quase tudo nela é automático. Assim, após colocar o filme, ajustamos o ISO, que varia de 25 a 400.
É aconselhável colocar a mesma opção que a do filme que você escolheu, para uma fotometria perfeita. Por exemplo: como o meu primeiro filme foi um Kodak ColoPlus ISO 200, eu coloquei a opção 200 onde está indicado ISO ou ASA.
Existem apenas duas velocidades do obturador 1/200 e 1/40 e não é possível controlar. No modo automático ela vai se ajustar sozinha, no modo manual ficará sempre em 1/40s.
Por isso o ideal é fotografar em lugares bem iluminados ou usar o flash. Caso contrário, há uma grande chance da foto sair tremida – eu tive muitas assim em razão do modo automático não estar funcionando.
Se desejar ou caso o modo automático não esteja funcionando, como na minha, é possível controlar a abertura. Ela varia de f/2.8 a f/22. Entenda: aberturas menores são pra lugares menos iluminados e aberturas maiores para lugares com mais luz (Por exemplo: em ambientes internos usaria a abertura f/2.8, já na praia usaria a abertura f/22).
O sistema de focagem tem quatro opções que aparecem como: close (1 m), retrato (1,5 m), retrato corpo inteiro (3 m) e paisagem (infinito). Por isso preste atenção na distância da câmera em relação ao objeto ou vai acabar com fotos desfocadas!
Clique e divirta-se!
Após clicar cada foto é preciso rodar o filme, ela não permite dupla exposição no mesmo quadro. Assim sendo, o botão fica travado e diante disso é preciso girar o filme antes de fazer a próxima foto.
Enfim, após disparar todas as 36 poses, rebobine! Aperte o botão na parte de baixo da câmera para soltar o filme e gire a alavanca até sentir que ele voltou por completo. Depois, leve o filme para um laboratório de revelação ou faça você mesmo adquirindo os químicos (eu nunca tentei revelar assim).
Curiosidade: O nome “Trip” surgiu por pretender atingir pessoas que queriam uma câmera leve e fácil de manusear para registrar as viagens de férias.
Fotos reveladas e erros comuns:
No meu primeiro filme saíram 27 das 36 poses. Cometi erros muito comuns:
- Enquadramento: Como o visor fica localizado na lateral e mais acima da lente, então é preciso levar em consideração esse deslocamento na hora de enquadrar a imagem. Logo, centralizar muito bem o que se quer fotografar é a melhor saída, pois a câmera “corta” a imagem que vemos no visor.
- Foco: Quando se diz que o foco mínimo da trip é de um metro, isso é sério. Portanto não adianta querer chegar mais perto que o resultado serão fotos desfocadas! Além do mais, é preciso tomar cuidado para não esquecer de mudar o modo de focagem!
- Fotos tremidas: Tremi em muitas fotos devido a limitação de velocidade da Trip. Nesse caso, o ideal é segurar bem firme a câmera na hora do disparo ou usar um tripé.
Erros de abertura: É preciso ajustar a abertura do diafragma de acordo com a luminosidade, com o propósito de evitar fotos estouradas ou muito escuras. Felizmente não tive nenhuma com esse problema.
Agora, segue uma pequena galeria de fotos feitas com a Olympus Trip 35:
Por fim, você encontra mais posts sobre câmeras e filmes na Categoria Vida Analógica!
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Fontes consultadas: Lomogracinha, Lomo para leigos.